Custou bem barato para o Consórcio BRT Campinas ter abandonado 11% das obras de construção do corredor BRT do Ouro Verde.
A secretaria de Infraestrutura, que é a responsável pelo trabalho, determinou que a multa para o consórcio, que teve o contrato rompido depois de anos de atrasos injustificáveis, seja de R$ 500 mil.
Ou seja, quase nada do impacto que realmente causa aos passageiros de Campinas, que estão lidando com estações enferrujadas, o Terminal Ouro Verde que não acaba nunca, e aquele afunilamento ridículo do trânsito na altura do Jardim Morumbi.
A empresa ainda está recorrendo da decisão — ou seja, pode correr o risco de nem pagar a multa. Ou pior: entrar na justiça e aí nada acontecer de fato.
E isso que por falta de aviso não foi. Uma das construtoras do consórcio também abandonou a obra do BRT de Sorocaba. Só que lá, por ter sido uma empresa a responsável pelo trabalho, foi enxotada rapidamente.
Enquanto aqui, todos estavam sentados observando o circo pegar fogo.
A propósito: a nova licitação, que vai contratar uma outra empresa para terminar a obra e deixar o BRT ainda mais caro que os R$ 450 milhões já investidos, só vai sair no ano que vem.
Veja nota da secretaria de Infraestrutura
O Consórcio BRT Campinas abandonou a obra quando faltava 11% do montante a ser executado. A Prefeitura rescindiu o contrato e abriu um processo de penalização que culminou com a aplicação de uma multa pecuniária equivalente a 5% do valor residual do contrato. O valor gira em torno de R$ 550 mil. A empresa está recorrendo da decisão.
No momento, a Seinfra está fazendo levantamento de dados para um novo processo licitatório para a conclusão dos 11% das obras restantes. A ideia é que a licitação seja aberta até o início de 2023.