Setor de ônibus deve crescer 20% em 2024, aponta sindicato

O setor de ônibus brasileiro deve crescer cerca de 20% em 2024, uma recuperação significativa após os anos difíceis enfrentados durante a pandemia. As estimativas apontam que, até outubro de 2024, a produção chegou a 19.486 unidades, em comparação com 16.539 no ano passado, o que representa um aumento de 17,8%. No entanto, esse crescimento ainda enfrenta desafios como o alto custo de insumos, combustíveis e as taxas de juros elevadas.

De acordo com o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE), a frota de ônibus no país envelheceu consideravelmente devido aos dois anos complicados da pandemia. A idade média dos veículos subiu muito, e o setor tem um grande potencial de recuperação, mas a renovação da frota está sendo retardada por fatores como os preços elevados e as condições econômicas difíceis. A entidade acredita que a demanda por novos veículos aumentará a partir do segundo trimestre de 2024, tanto no transporte urbano quanto no rodoviário.

No segmento de ônibus escolares, a necessidade de prorrogação do Edital do Caminho da Escola, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para 2024, se torna evidente, já que a demanda deste ano não foi atendida como o esperado. No setor de turismo, a tendência é que o mercado se mantenha aquecido devido ao aumento do Turismo Interno, impulsionando a procura por transporte rodoviário.

Em relação à atuação do governo, o SEMEFRE destaca relevância do programa de ônibus escolares “Caminho da Escola” e do anúncio de compras governamentais de veículos urbanos a diesel e elétricos pelo Ministério das Cidades, por meio do programa PAC 3 Mobilidade. No entanto, também alerta para a entrada de produtos chineses no mercado, que não enfrentam o mesmo custo de produção do Brasil, o que compromete a competitividade e cria uma distorção nas regras de concorrência.

Apesar dos desafios, o setor espera um cenário positivo de crescimento, com a combinação de apoio governamental e ajustes nas condições econômicas desempenhando papel crucial na sustentabilidade e renovação da frota de ônibus no Brasil nos próximos anos.

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