O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no valor de R$ 49,8 milhões, além de R$ 45 milhões do Fundo Clima. O objetivo é financiar a aquisição de 87 ônibus elétricos pela MobiBrasil para atender a população da cidade de São Paulo.
Em outubro, o BNDES recebeu autorização da Caixa Econômica Federal para atuar como agente financeiro do FGTS. Com isso, o Banco tem à disposição até R$ 12 bilhões para financiar projetos nas áreas de saneamento ambiental e mobilidade urbana. Este financiamento é o primeiro programa aprovado que utiliza recursos do FGTS para aquisição de veículos de transporte público coletivo, por meio do BNDES Pró-Transporte Refrota.
A eletrificação da frota de ônibus é uma das diretrizes do governo federal, com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 e poluentes, contribuindo para a descarbonização e a melhoria da qualidade do ar nas cidades. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que os ônibus elétricos têm uma vida útil 50% maior que os veículos a diesel e oferecem uma redução de 70% no custo de energia elétrica por quilômetro percorrido, em comparação com o diesel.
A MobiBrasil também expressou sua satisfação com a parceria, destacando que o projeto marca o início de uma nova era para a mobilidade no Brasil, especialmente em São Paulo, com a aquisição dos ônibus elétricos. O diretor da empresa, Manoel Marinho, ressaltou a importância dessa parceria com o BNDES para a transformação da mobilidade pública no país.
Globalmente, a frota de ônibus elétricos tem crescido significativamente, com o mercado chinês sendo responsável por 96% da frota mundial, que totaliza quase 580 mil unidades. Na América Latina, países como Chile e Colômbia lideram a adoção de ônibus elétricos, com cerca de 5 mil unidades em operação. No Brasil, há atualmente 377 ônibus elétricos em circulação.
Além deste projeto, o BNDES também assinou, no mês passado, um contrato com a Prefeitura de São Paulo no valor de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1.300 ônibus elétricos de fabricação nacional, que devem evitar a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2 ao longo de sua vida útil de 15 anos.
