O Ministério Público de São Paulo iniciou um inquérito para investigar o aumento nas tarifas do transporte público de Ilhabela, no litoral norte do estado. O reajuste, implementado no início do ano, causou um aumento de 900% na tarifa do Aquabus, que passou de R$ 5 para R$ 50 para passageiros sem o cartão eletrônico. A tarifa dos ônibus municipais também foi reajustada, subindo de R$ 5 para R$ 10.
O inquérito visa analisar a legalidade do reajuste, a qualidade do serviço prestado e a eficiência do sistema de transporte. A Promotoria de Justiça também avaliará a abrangência das linhas, os horários de circulação e os impactos do aumento para os bairros atendidos.
O promotor Raul Agripino dos Santos Pinto ressaltou, no documento que formaliza a investigação, que a prefeitura de Ilhabela não forneceu informações claras sobre o reajuste à população antes da implementação dos novos valores. Segundo ele, a falta de comunicação afetou principalmente os passageiros que dependem do transporte público diariamente, gerando surpresa e insatisfação entre os usuários.
A prefeitura de Ilhabela, por meio de nota oficial, afirmou que responderá às questões do Ministério Público dentro do prazo estabelecido e esclarecerá os motivos para os reajustes. A administração municipal também reiterou seu compromisso com a transparência, a legalidade e a qualidade do transporte público.
De acordo com a prefeitura, os valores anteriores estavam vinculados a um período experimental do Aquabus, que começou a operar em maio do ano passado. Atualmente, o transporte aquaviário funciona diariamente das 6h50 às 17h, com embarques a cada 40 minutos. Moradores de Ilhabela que utilizam o cartão eletrônico recarregável continuam pagando tarifas reduzidas, de R$ 2,10 tanto para o Aquabus quanto para os ônibus municipais.
O aumento gerou forte reação entre turistas e não residentes, que agora enfrentam tarifas mais altas para utilizar o transporte público na cidade. Muitos usuários consideram que o novo preço torna o deslocamento inviável, afetando a mobilidade na região.
O Ministério Público continuará investigando o caso para determinar se o reajuste foi abusivo e se houve falhas na comunicação com a população. Se forem encontradas irregularidades, medidas poderão ser tomadas para reverter ou corrigir os aumentos.