A redução das emissões no setor de transportes exige ações imediatas em três frentes estratégicas: transição energética, melhoria da infraestrutura e uso inteligente de dados. A avaliação foi feita pela diretora executiva interina da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Fernanda Rezende, durante o SIMEA 2025 (XXXII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva), realizado nesta quarta-feira (13) em São Paulo.
A executiva apresentou a série de estudos Energia no Transporte, elaborada pela CNT como guia para a tomada de decisões no setor. O material detalha quatro rotas tecnológicas e analisa a origem das fontes de energia, os contextos nacional e internacional, além dos desafios técnicos e ambientais de cada alternativa.
Segundo Fernanda, o estado precário de grande parte das rodovias brasileiras é um dos maiores entraves para a agenda de descarbonização. “Uma rodovia em mau estado aumenta o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de poluentes. Sem infraestrutura adequada, não há como avançar”, destacou.
Outro ponto central é o uso da tecnologia. Ferramentas de telemetria e conectividade veicular permitem otimizar rotas e cargas, reduzindo desperdícios e acelerando resultados ambientais. “A inteligência de dados é parte fundamental da transição, porque amplia a eficiência operacional e reduz emissões”, completou.
O painel teve ainda a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente e do Insper, que discutiram a importância de programas de controle de emissões, como Proconve e Promot, e a mobilidade urbana sob uma visão sistêmica.
Organizado pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), o SIMEA 2025 tem como tema Tecnologia e Mobilidade: Futuro Inteligente e Sustentável e reúne governo, indústria, fornecedores e academia para debater inovação em novas energias, transformação digital, manufatura avançada e mobilidade conectada.