ITDP aponta: corredores de ônibus no Brasil ainda precisam de mais investimentos para atingir padrão ideal

Os corredores de ônibus são reconhecidos como uma das soluções mais rápidas e econômicas para melhorar a mobilidade urbana e a qualidade de vida nas cidades brasileiras. Porém, um levantamento do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) mostra que os sistemas existentes e em implantação ainda carecem de investimentos adequados para alcançar todo o seu potencial.

Avaliação dos corredores

Desde 2013, o ITDP aplica o Padrão de Qualidade BRT, que classifica os corredores em quatro níveis: Básico, Bronze, Prata e Ouro. A avaliação considera cinco aspectos principais:

  1. Faixas exclusivas e segregadas, que evitam atrasos nos congestionamentos;
  2. Alinhamento no eixo central da via, reduzindo conflitos com outros veículos;
  3. Cobrança da tarifa fora do ônibus, feita em estações para agilizar o embarque;
  4. Tratamento adequado nas interseções, evitando que carros cruzem o corredor;
  5. Plataformas em nível, que garantem acessibilidade e rapidez no embarque.

Principais problemas

Um dos exemplos citados é o Corredor Metropolitano ABD, que liga o ABC Paulista à capital. Apesar de os serviços da operadora Metra serem bem avaliados, até mesmo acima do Metrô em pesquisas da ANTP, o sistema ainda apresenta deficiências:

  • paradas sem atualização desde 1988, quando o embarque era feito pela porta traseira;
  • cobrança da passagem dentro dos veículos, por falta de estações adequadas;
  • ausência de pontos de ultrapassagem;
  • trechos em que os ônibus dividem espaço com o trânsito comum.

Corredores avaliados

Entre os corredores analisados e reavaliados pelo ITDP estão:

  • Rede Integrada de Transportes (RIT) e Linha Verde Sul, em Curitiba;
  • Eixo Anhanguera, em Goiânia;
  • Sistema de Uberlândia (MG);
  • Expresso Tiradentes e Corredor ABD, em São Paulo;
  • Extensão ABD – Morumbi, entre o ABC e a capital;
  • Expresso DF Sul, no Distrito Federal;
  • MOVE Cristiano Machado e MOVE Antônio Carlos, em Belo Horizonte;
  • BRT Transcarioca e BRT Transoeste, no Rio de Janeiro.

O que está em jogo

Segundo o ITDP, sem investimentos contínuos em infraestrutura, planejamento e atualização, os corredores de ônibus brasileiros correm o risco de não atingir a eficiência prometida pelos padrões internacionais de BRT.