Câmara de Campo Grande/MS propõe criação de Fundo Municipal de Mobilidade e Transporte (FMMUT)

A Câmara Municipal de Campo Grande/MS protocolou nesta quinta-feira (23) um projeto de lei para criar o Fundo Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (FMMUT). A proposta é apresentada um dia após a cidade ter enfrentado uma paralisação de 1h30 no transporte coletivo devido a um atraso no pagamento do vale dos funcionários pelas empresas.

O texto visa dar mais segurança aos repasses destinados ao setor e evitar o uso indevido de recursos, garantindo que o dinheiro seja aplicado somente na finalidade de mobilidade, conforme já sugerido em relatório da CPI do Consórcio Guaicurus.

Administração e fontes de receita

Pelo projeto, o fundo será administrado pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e acompanhado por um comitê gestor. Este comitê será composto por representantes de secretarias municipais e da sociedade civil, sem previsão de participação do Consórcio Guaicurus ou de funcionários do setor. O comitê terá 90 dias, após a sanção da lei, para ser regulamentado por decreto da prefeitura.

As fontes de financiamento do FMMUT serão diversas, incluindo:

  • Dotações orçamentárias da prefeitura;
  • Convênios e doações;
  • Multas de trânsito e penalidades aplicadas ao transporte coletivo;
  • Taxas e tarifas de mobilidade, como o parquímetro.

Aplicação dos recursos

O comitê gestor será responsável por aprovar o uso dos recursos e acompanhar a execução orçamentária. O fundo poderá financiar projetos de mobilidade urbana sustentável, acessibilidade e transporte público, incluindo:

  • Modernização e integração do transporte coletivo urbano e rural.
  • Requalificação da malha viária, priorizando transporte público, ciclovias e calçadas acessíveis.
  • Implantação e modernização de sinalização (vertical, horizontal e semafórica).
  • Campanhas educativas e ações de conscientização.

O comitê deverá prestar contas trimestralmente à Câmara e à prefeitura, informando a origem e a destinação dos recursos. A proposta da criação do FMMUT surgiu após os recentes impasses financeiros entre o Consórcio e o Município, que recebe complementação mensal da prefeitura para cobrir a diferença entre a tarifa pública e a tarifa técnica, além de contar com isenção de ISSQN há 12 anos.