Belo Horizonte/MG inicia análise de pesquisa sobre transporte noturno; uso caiu após pandemia

A Prefeitura de Belo Horizonte/MG começa, em agosto, a analisar os primeiros resultados de uma pesquisa que investiga os padrões de deslocamento de usuários do transporte público após as 21h. A iniciativa busca entender a demanda real por ônibus durante a noite na capital mineira, especialmente entre trabalhadores e turistas.

A coleta de dados foi aberta em junho e os formulários, que são anônimos, seguem disponíveis para preenchimento online. O levantamento pretende mapear os hábitos e dificuldades enfrentadas por quem depende do transporte coletivo no período noturno, um tema que tem gerado debates sobre a escassez de horários e linhas nesse turno.

Durante reunião na Câmara Municipal, representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SETRA-BH) apresentaram números comparativos entre os períodos pré e pós-pandemia. Em março de 2020, em dias úteis, cerca de 3.858 passageiros utilizavam os ônibus à noite, em 434 viagens. Já em junho de 2025, o volume caiu para 2.260 passageiros, apesar do aumento para 516 viagens nesse mesmo horário.

Aos sábados, o cenário também mudou. Antes da pandemia, o número de passageiros no turno da noite era de 5.448, com 558 viagens. Atualmente, em 2025, são 3.356 passageiros transportados em 553 viagens.

Apesar da apresentação, os dados foram alvo de questionamentos por parte de parlamentares da Comissão de Mobilidade Urbana da Câmara. Os vereadores alegaram que os números não refletem a realidade vivida por quem depende do serviço, especialmente no horário noturno, e cobraram mais transparência no processo.

A comissão informou que irá solicitar oficialmente à Prefeitura a divulgação pública dos dados coletados na pesquisa, assim que a análise for iniciada. O objetivo é garantir que as informações ajudem a embasar decisões futuras sobre a ampliação ou readequação da oferta de ônibus em horários noturnos.