O Brasil encerrou 2024 com 85 milhões de condutores habilitados, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). No mesmo ano, foram registradas mais de 75 milhões de multas em todo o país. O número expressivo acende o alerta sobre comportamentos inadequados no trânsito, que, além de infrações, colocam a segurança de todos em risco.
Entre as práticas mais comuns está o uso do celular enquanto o carro está parado no semáforo. Muitos motoristas acreditam que a ação é permitida, mas essa é uma percepção equivocada. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) considera a prática uma infração gravíssima, mesmo com o veículo imobilizado.
Para esclarecer dúvidas frequentes, a especialista em Direito de Trânsito Laura Diniz, diretora de operações da empresa SÓ Multas, lista os principais mitos que ainda geram confusão entre os motoristas.
Avançar o sinal vermelho de madrugada
Mesmo à noite, ultrapassar o semáforo vermelho é infração gravíssima, com multa e perda de sete pontos. Alguns municípios optam por não aplicar multas em horários específicos, mas a infração permanece.
Cinto de segurança só na frente?
É obrigatório para todos os ocupantes do veículo, inclusive no banco de trás. Ignorar essa regra pode aumentar o risco de morte em acidentes e causar ferimentos nos passageiros da frente.
Ultrapassagem pela direita
Só é permitida em vias com mais de uma faixa no mesmo sentido, ou quando o carro da frente vai virar à esquerda. Fora desses casos, é infração.
Motociclistas no corredor
Apesar de comum, não há regra clara no CTB sobre trafegar entre os carros. No entanto, em movimento, a prática pode ser considerada uma ultrapassagem indevida. O ideal é que seja feita com cautela, apenas quando o trânsito estiver parado ou muito lento.
Fumar ao volante
Apesar de não ser expressamente proibido, fumar ao dirigir configura infração média, já que o motorista estará com apenas uma mão ao volante.
A especialista reforça que muitos dos hábitos errados se tornaram rotina pela falta de informação. “Educação no trânsito é tão importante quanto fiscalização. O conhecimento pode salvar vidas”, destaca Laura.