Conselho de Arquitetura e Urbanismo apontam que mobilidade urbana tem ‘problemas significativos’

Dados preliminares da consulta pública nacional sobre a Agenda Urbana, realizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), em parceria com a Colab Tecnologia, revelam problemas significativos na mobilidade urbana no país.

A maioria dos participantes, entre cidadãos e profissionais de arquitetura e urbanismo, considera a infraestrutura de transporte público inadequada. No entanto, transformações lideradas por arquitetos e urbanistas mostram que é possível reverter esse quadro.

A consulta sugere que a implementação de sistemas de transporte integrados – combinando ônibus, metrô e ciclovias – pode reduzir o tempo de deslocamento e melhorar a qualidade de vida nas cidades.

Um exemplo emblemático é o Bus Rapid Transit (BRT) de Curitiba, idealizado pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner. Durante seu primeiro mandato como prefeito, em 1974, Lerner criou a Rede Integrada de Transporte, com vias exclusivas para ônibus. Desenvolvido com a participação de arquitetos como Carlos Ceneviva, o BRT de Curitiba tornou-se referência internacional, servindo de modelo para mais de 200 cidades, como Seul/Coréia do Sul, Bogotá/Colômbia e Cidade do México/México, devido à sua eficiência, rapidez e custo menor em comparação aos sistemas subterrâneos.

Embora enfrente desafios como o crescimento populacional e o aumento da frota de veículos, o BRT curitibano permanece essencial para a mobilidade da cidade. O sucesso inspirou projetos como o TransMilenio, em Bogotá, implementado pelo urbanista colombiano Enrique Peñalosa, ex-prefeito no período de 1998 a 2001, quando também incentivou ciclovias e áreas verdes, promovendo mobilidade sustentável e equidade social.

Esses exemplos demonstram como o planejamento urbano, aliado a políticas públicas inclusivas, pode transformar a vida nas cidades.

A consulta pública, parte do projeto “Arquitetura com Política” da Comissão Especial de Relações Institucionais (CRI) do CAU/BR, também abordou temas como habitação, resiliência climática, participação e governança, qualidade de vida e resíduos sólidos.

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