Estudo aponta potencial de SP para produzir 6,4 milhões de Nm³/dia de biometano

Um estudo inédito encomendado pela Fiesp e lançado nesta quinta-feira (5) revela que o estado de São Paulo pode se tornar uma das principais regiões produtoras de biometano do país. O levantamento, desenvolvido pelo consórcio Instituto 17, PSR e Amplum Biogás, aponta que o estado tem capacidade para produzir 6,4 milhões de Nm³/dia, volume equivalente a 32% do consumo atual de gás natural ou 24% do diesel utilizado no transporte.

O que o estudo revelou?

  • Potencial de produção de biometano em SP: 6,4 milhões de Nm³/dia.
  • Equivalente a:
    • 32% do consumo estadual de gás natural;
    • 24% do diesel utilizado no transporte.
  • Fontes da produção:
    • 84% do setor sucroenergético;
    • 16% de aterros sanitários.
  • Capacidade de mitigação de 16% nas metas de descarbonização.
  • Estimativa de 20 mil empregos gerados com o desenvolvimento do setor.

Propostas para alavancar o setor

O estudo propõe a criação de polos regionais de produção, definidos por critérios logísticos e de infraestrutura, e recomenda uma série de políticas públicas para estimular a cadeia produtiva:

1. Oferta competitiva

  • Incentivos fiscais;
  • Valorização de atributos ambientais.

2. Infraestrutura e mercado

  • Regulação;
  • Apoio à formação de polos produtivos.

3. Estímulo à demanda

  • Foco em transporte pesado;
  • Corredores sustentáveis;
  • Benefícios fiscais.

4. Medidas transversais

  • Governança energética;
  • Fomento à inovação e tecnologia.

Oportunidade frente ao diesel

Segundo André Rebelo, diretor executivo de Infraestrutura da Fiesp, o biometano representa uma alternativa mais vantajosa que o diesel, tanto em aspectos econômicos quanto ambientais. No entanto, ele destaca que ainda há desafios, como:

  • Infraestrutura de abastecimento limitada;
  • Necessidade de ampliar a frota de veículos pesados movidos a biometano.

Caminho para a transição energética

O estudo reafirma a vocação de São Paulo para liderar a bioeconomia de baixo carbono e defende o biometano como uma ferramenta estratégica para a reindustrialização sustentável, contribuindo para a transição energética brasileira com base na descarbonização do transporte e da indústria.

O levantamento foi realizado com apoio de associações e empresas como Abiogás, Abrema, Unica, Abividro, Aspacer, Anfacer e Scania.