Londrina/PR – Tarifa de R$ 5,75 no transporte coletivo vai gerar déficit de R$ 177 milhões em 2025

A decisão da Prefeitura de Londrina de manter congelada em R$ 5,75 a tarifa paga pelos usuários do transporte coletivo vai custar R$ 177 milhões aos cofres municipais neste ano. A estimativa é que o sistema atinja R$ 305 milhões em despesas até dezembro, sendo que apenas R$ 128 milhões devem ser arrecadados com a bilheteria. O valor do subsídio praticamente dobra em relação ao repassado às concessionárias em 2024.

O aumento nos gastos é resultado do reajuste da tarifa técnica, autorizado em dezembro de 2023. O custo real por viagem passou para R$ 10,20 na área operada pela Londrisul e R$ 11,80 na da Transporte Coletivo Grande Londrina (TCGL). Mesmo assim, a atual gestão decidiu não repassar a diferença ao passageiro.

O orçamento municipal de 2025 previa R$ 72 milhões para subsídios, menos da metade do valor necessário para cobrir o déficit. Para reavaliar o sistema, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) contratou, por R$ 140 mil e prazo de seis meses, a empresa LG Mobilidade Urbana. O estudo vai revisar a planilha de custos, analisar os subsídios e propor estratégias para uma possível revisão tarifária a partir de 2026.

Segundo a CMTU, o transporte coletivo apresenta déficit orçamentário herdado da gestão anterior, estimado em R$ 105 milhões. A baixa adesão é apontada como um dos principais desafios: cerca de 44 mil pessoas utilizam os ônibus diariamente, apenas 7,7% da população de Londrina, que ultrapassa 577 mil habitantes.

O Plano de Mobilidade Urbana de 2022 já indicava a necessidade de tornar o transporte coletivo mais competitivo frente ao carro e à moto. A manutenção da tarifa para o usuário, mesmo com o aumento dos custos, é uma das estratégias adotadas para tentar recuperar passageiros.