Apesar de um cenário de desafios, o mercado de ônibus no Brasil projeta um crescimento de 3% em comparação com o volume total registrado em 2024. A base de emplacamentos até outubro de 2025 registrou 23.259 unidades, representando um aumento de 1,9% em relação às 22.817 unidades vendidas no mesmo período do ano anterior.
Perspectivas para 2026 e Fatores de Impulso
A expectativa do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE) para 2026 é positiva, embora o segmento permaneça sensível a fatores políticos, como o período eleitoral.
Apesar da dificuldade em detalhar o volume de 2026, a entidade acredita ser possível repetir os resultados de 2025, impulsionada pela contínua necessidade de renovação das frotas urbanas e rodoviárias.
Os principais motores desse crescimento são os aportes governamentais:
- Infraestrutura e PAC 3: A injeção de recursos para infraestrutura e para a aquisição de ônibus urbanos, via PAC 3 (Programa de Aceleração do Crescimento), cria perspectivas favoráveis.
- Transporte Escolar: O segmento escolar mantém-se aquecido graças à aquisição de veículos no âmbito do programa Caminho da Escola, coordenado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Está prevista uma tomada de preços para 7.470 unidades de ônibus escolares.
- Turismo: O setor de turismo continua em expansão, beneficiado por um aumento na demanda interna.
Crescimento da Eletrificação e Desafios Estruturais
A eletrificação da frota se destaca como um forte indicativo de avanço. Até outubro de 2025, houve um aumento de 65% no número de unidades elétricas produzidas em comparação com 2024, sinalizando uma tendência de consolidação para 2026. Paralelamente, a Inteligência Artificial (IA) começa a ser utilizada em técnicas no mercado, mas ainda não representa uma influência relevante na produção.
Apesar dos resultados positivos em 2024 e 2025, o mercado enfrenta obstáculos que retardam a recuperação total das vendas:
- Envelhecimento da Frota: Devido a ajustes pós-pandemia, a idade média da frota aumentou, gerando um potencial latente de vendas.
- Fatores Econômicos: As altas taxas de juros, o preço dos insumos e o custo dos combustíveis continuam a inibir compras em maior volume.
- Concorrência Externa: A entrada de produtos importados, especialmente da China, gera preocupação. A ausência de custos equivalentes ao “Custo Brasil” e a existência de subsídios cruzados criam uma assimetria concorrencial para a indústria nacional.
Para o avanço da descarbonização nos sistemas de transporte, o representante do setor sugere que a melhor política seria o incentivo governamental para a retirada de circulação dos 75 mil veículos com mais de 20 anos que compõem a frota.



