A Prefeitura de Curitiba apresentou nesta sexta-feira (19/9) a modelagem da nova concessão do transporte coletivo da capital, estruturada em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto prevê modernização do sistema, ampliação da frota, aquisição de ônibus elétricos e integração total entre as linhas, com foco em sustentabilidade, qualidade e eficiência. O edital será publicado em novembro e o leilão está previsto para janeiro de 2026, na B3, em São Paulo.
Estrutura da concessão
A concessão terá cinco lotes: dois de BRTs (linhas em canaletas exclusivas) e três regionais (Norte, Sul e Oeste), com contrato de 15 anos. O valor de remuneração estimado é de R$ 18 bilhões no período. A linha Turismo terá edital separado.
A modelagem é do tipo concessão comum, com subsídio para tarifa e subvenção para frota elétrica e infraestrutura de recarga. Os operadores dos lotes BRT também ficarão responsáveis pela manutenção das estações-tubo e plataformas elevadas.
Investimentos previstos
O projeto prevê R$ 3,7 bilhões em investimentos nos 15 anos de contrato, incluindo:
- 245 ônibus elétricos em cinco anos;
- 149 ônibus a diesel Euro 6 no início do contrato e 1.084 ao longo do período;
- dois eletropostos públicos nos terminais Capão Raso e Capão da Imbuia, com 42 carregadores;
- 107 carregadores em garagens;
- construção e requalificação de 16 estações-tubo;
- criação de cinco novas linhas e reformulação de 30 itinerários.
A frota operacional será ampliada de 1.189 para 1.234 veículos, todos com ar-condicionado e câmeras de monitoramento.
Integração temporal
Uma das novidades será a integração temporal irrestrita em todas as linhas, permitindo conexões em qualquer ponto de embarque dentro de um período de tempo determinado. A medida deve reduzir transbordos e tempo de viagem.
Eletromobilidade
Curitiba será a primeira cidade do Brasil a ter uma concessão estruturada com foco em transição energética. Até 2031, 30% da oferta de assentos deverá ser em ônibus zero emissões. Atualmente, a cidade possui apenas sete veículos elétricos em operação.
Condições financeiras
A remuneração das empresas passará a ser feita por quilômetro rodado, modelo que oferece maior previsibilidade. A previsão de custos do sistema no primeiro ano é de R$ 1,12 bilhão, valor semelhante ao atual. O subsídio será de R$ 266,4 milhões, inferior ao de 2025 (R$ 301 milhões).
O leilão será definido pelo maior desconto oferecido sobre a remuneração de referência por quilômetro rodado. Podem participar empresas, fundos de investimento, instituições financeiras e entidades de previdência, brasileiras ou estrangeiras, isoladas ou em consórcio.
Consulta e audiências públicas
A consulta pública foi aberta nesta sexta-feira (19/9) e ficará disponível até 17/10 no site da Urbs. As audiências ocorrerão em 1º e 15/10 no Centro de Eventos Imap do Parque Barigui, com transmissão pelo YouTube da Prefeitura.