O que é o Euro 6: A norma de emissões que se tornou obrigatória para o transporte pesado no Brasil

O termo Euro 6 tem sido amplamente divulgado ao se falar em renovação de frota de ônibus e caminhões no Brasil, mas ele representa mais do que apenas uma melhoria: é a norma obrigatória de emissões de poluentes mais rigorosa em vigor no país para veículos a diesel novos.

Conhecido no Brasil como PROCONVE P8 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores – Fase 8), o Euro 6 entrou em vigor em 1º de janeiro de 2023, para todos os veículos novos pesados vendidos no território nacional.

O Padrão de Redução de Poluentes

O principal objetivo do Euro 6 é reduzir drasticamente a emissão de poluentes nocivos à saúde e ao meio ambiente, como:

  • Óxidos de Nitrogênio ($\text{NOx}$): Responsáveis pela formação de chuva ácida e problemas respiratórios.
  • Material Particulado ($\text{MP}$): Partículas finas cancerígenas que, ao serem inaladas, afetam a qualidade do ar nas cidades.

Em comparação com a fase anterior (Euro 5/PROCONVE P7), a norma Euro 6 impôs uma redução muito mais acentuada: no caso da emissão de $\text{NOx}$, o limite exigido é 80% menor do que o da norma anterior.

Tecnologia Obrigatória

Para atender aos níveis de emissão do Euro 6, os fabricantes são obrigados a utilizar tecnologias avançadas de tratamento de gases, geralmente em conjunto. As mais comuns são:

  1. Redução Catalítica Seletiva (SCR): É o principal sistema. Ele utiliza o reagente ARLA 32 (uma solução de ureia e água) injetado no escapamento. O ARLA 32 reage quimicamente com os $\text{NOx}$, transformando-os em vapor de água e nitrogênio, que são inofensivos ao meio ambiente.
  2. Recirculação de Gases da Exaustão (EGR): Este sistema atua reduzindo a temperatura interna da câmara de combustão e recirculando parte dos gases de exaustão, o que ajuda a limitar a formação de poluentes no motor.

Por que não é mais um “avanço”

Apesar de a implementação da norma significar um avanço tecnológico no controle de emissões, o fato de ser obrigatória por lei desde 2023 faz com que a presença do motor Euro 6 em um veículo novo seja um padrão regulatório mínimo e não uma inovação voluntária do operador de transporte.

A adoção do Euro 6 representa um passo crucial para a melhoria da qualidade do ar nas grandes cidades, mas o Brasil a implementou com anos de atraso em relação a mercados como o europeu (onde estava vigente desde 2013) e países vizinhos.