O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu os efeitos da liminar que impedia o reajuste da tarifa do transporte coletivo em Manaus/AM. A decisão foi assinada nesta quinta-feira (10) pelo presidente da Corte, ministro Herman Benjamin, após pedido da prefeitura da capital.
O que aconteceu?
- O STJ autorizou a retomada do reajuste tarifário em Manaus.
- A tarifa pode subir de R$ 4,50 para R$ 5, conforme proposto em fevereiro.
- A decisão suspende liminar da Justiça do Amazonas, que barrava o aumento.
- A medida vale até o julgamento final da ação civil pública do Ministério Público.
- Segundo o STJ, barrar o reajuste geraria impacto de R$ 92 milhões nos cofres públicos até o fim de 2025.
- O último aumento havia sido em maio de 2023, e a inflação acumulada foi de 8,35%.
Entenda o caso
O reajuste foi anunciado em fevereiro, mas acabou suspenso quatro dias depois por decisão da Justiça do Amazonas, que alegou falta de justificativas técnicas. A prefeitura recorreu ao STJ, argumentando que a suspensão interferia na autonomia municipal e comprometia o equilíbrio financeiro do sistema de transporte.
Na decisão, o ministro Herman Benjamin destacou que o aumento na tarifa está respaldado por estudos do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), que apontam defasagem entre os custos do setor e a tarifa atual, devido a fatores como inflação, combustíveis, peças e aquisição de novos veículos.
Proposta de tarifa social ainda em negociação
Paralelamente à disputa judicial, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) e a prefeitura tentam chegar a um acordo para aplicar tarifas diferenciadas:
- R$ 4,50 para usuários de baixa renda cadastrados no CadÚnico
- R$ 5,00 para demais usuários
- R$ 6,00 para vale-transporte empresarial
O MPAM concordou com os valores, mas condicionou a aplicação a cinco exigências:
- Proteção aos usuários mais vulneráveis
- Tarifa diferenciada por horário
- Reposição da frota
- Auditoria nos custos das empresas
- Cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
Na última audiência, realizada em 2 de abril, foram apresentados os custos operacionais das empresas, como quilometragem mensal, gastos com combustível e energia elétrica, manutenção, folha de pagamento e encargos.
Uma nova reunião está marcada para o dia 17 de abril, quando o Executivo deverá apresentar sua posição sobre as medidas propostas.