A prefeitura de Juiz de Fora/MG destinou R$ 57 milhões em subsídios às empresas de ônibus entre janeiro e abril de 2025. Desde a adoção da política de subvenção tarifária, em 2021, o total de repasses públicos ao setor ultrapassa R$ 310 milhões, gerando questionamentos sobre a sustentabilidade e a efetividade da medida. O levantamento foi feito pelo jornal O Pharol.
O que aconteceu?
- R$ 57 milhões foram repassados às empresas de ônibus no primeiro quadrimestre de 2025
- Desde julho de 2021, o total destinado ao setor já ultrapassa R$ 310 milhões
- Entre dezembro de 2024 e abril de 2025, os repasses somaram R$ 136,5 milhões
- A projeção indica que os subsídios em 2025 podem ultrapassar o recorde de R$ 151,6 milhões registrado em 2024
Como funciona o subsídio?
- A política foi criada em 2021 como medida emergencial diante da pandemia
- Além do aporte direto de recursos, as empresas também foram beneficiadas com isenção de ISSQN
- A prefeitura costuma associar o subsídio a ações como:
- Gratuidade das passagens aos domingos
- Passe livre estudantil
O que dizem os dados?
- Em 2024, o sistema realizou 3.025.901 viagens e transportou 84,2 milhões de passageiros
- A receita total, somando passagens e subsídios, foi de R$ 380,7 milhões
- A média por viagem foi de R$ 125,84, 21,6% acima da média de R$ 103,46 registrada em 2019 (corrigida pela inflação)
- O número de passageiros em 2024 correspondeu a 85,14% da demanda de 2019, mas a oferta de viagens ficou em 80,45%
- O resultado é uma maior média de passageiros por viagem, o que pode indicar ônibus mais lotados
O que está em debate?
- O Ministério Público questiona a continuidade dos repasses, alegando falta de justificativas atualizadas
- Embora a receita por viagem tenha crescido, a recuperação da demanda não levou à ampliação proporcional da oferta
- A eliminação de cobradores e a isenção de tributos também reduziram os custos das empresas, o que reacende o debate sobre a real necessidade do subsídio em sua forma atual
A discussão sobre o modelo de financiamento do transporte coletivo em Juiz de Fora segue em aberto, com pressões por mais transparência, equilíbrio fiscal e garantia de qualidade para os usuários.